Uma ideia sobre a Literatura Indígena, para além das convenções culturais, precisa ser compreendida de uma forma mais ampla. Narrativas orais insinuam-se pelo som dos maracás, na fala hipnótica dos pajés, na pintura e expressão corporal, na disposição dos adornos plumários, na fumaça ascendente do caximbo e nas interpretações ao pé da fogueira. Tudo isso é literatura indígena. O território nativo da narrativa tem outras grandezas.

Tridimensional, performática, cênica, mágica, atemporal e envolvente. Para que toda essa riqueza possa migrar da tradição original para a bidimensionalidade do papel, seja no texto ou na representação gráfica, será sempre necessário que cada escritor (ou ilustrador) saiba manejar com certa destreza os recursos das duas tradições. E aí testemunharemos uma produção rica e diversa. Logo abaixo, um depoimento do pajé Manoel Moura Tukano. Um ótimo exemplo da visão narrativa, circular e bioética dos povos autóctones.
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