quarta-feira, 6 de abril de 2011

TEKOA: CONHECENDO UMA ALDEIA INDíGENA

Texto > Olívio Jekupé
Ilustrações> Mauricio Negro

Carlos tinha um grande sonho: conhecer uma cultura diferente da sua. Sua vontade era tanta que não foi difícil persuadir seu pai. No dia combinado, da cidade partiram rumo ao litoral de São Paulo. Seu plano era passar um mês de férias numa aldeia indígena Guarani. Esquecer por um certo tempo as coisas da cidade. Descobrir como se vive em plena Mata Atlântica. Para poder comparar depois as duas realidades. Foi assim que aprendeu que Tekoa, em guarani, não é apenas uma simples aldeia, mas um lugar sagrado onde os Guarani podem viver e agir conforme seus próprios costumes, leis, tradição e sabedoria.
Embalado pela prosa graciosa do escritor indígena Olívio Jekupé, o leitor acompanhará a experiência do menino Carlos pela Aldeia Tekoa. Assim como ele, também fiz um percurso semelhante. Do coração de São Paulo parti rumo a Aldeia Krukutu, onde vive Olívio e sua família. No caminho de volta me ocorreram algumas ideias para as ilustrações que depois finalizei. Ou seja, são comentários visuais que nasceram do exercício de afastamento e aproximação, que o seu texto nos propõe. Tão longe. Tão perto. Enxergar o outro é compreender a si mesmo. Olívio Jekupé oferece aos leitores de espírito aberto a sua delicada receita Guarani.


"Este livro vai ser de grande ajuda para todos. Não só porque é uma leitura simples e gostosa, mas porque vai mostrar a história de um Juruá kurumim, um garoto não-índio que sonha conhecer uma aldeia indígena. Ao conseguir, ficará um mês, e irá observar a cultura daquela comunidade. Essa experiência lhe trará muitos conhecimentos acerca de sua própria vida. Tanto o leitor comum, quanto os professores que desejam conhecer mais sobre o universo indígena, tem neste livro a oportunidade de mergulhar através das letras de Olívio e ilustrações de Mauricio Negro, profundamente, na cultura do Povo Guarani. Aliás, a maioria da população brasileira nunca foi a uma aldeia indígena. Por isso que o livro que escrevi é importante, pois leva uma autêntica Tekoa Guarani até o leitor. Aproximando dois universos que interagem no mesmo contexto existencial."

OLÍVIO JEKUPÉ - escritor e poeta
ALDEIA KRUKUTU
oliviojekupe@yahoo.com.br

terça-feira, 5 de abril de 2011

POR DENTRO DO ESCURO

Wahuré não é meu nome de nascença. Um velho Xavante me chamou assim. Quer saber o motivo e o que significa? Então, abra este Livro da capa de esmeralda. Por dentro vai encontrar história e o saber do antigo povo Xavante. No mundo todo há povos indígenas. No Brasil existem vários. Um diferente do outro. Do povo Xavante me aproximei com amizade. Uma porta luminosa se abriu. Uma luz que antes não existia. Tive primeiro que me aventurar por dentro do escuro. Que tal me acompanhar pelo cerrado de Mato Grosso? Não tenha medo. Os Xavante têm belas histórias sobre a origem da luz, no tempo em que só havia escuridão. Será uma aventura mágica e fascinante, como você nunca viu.

Diz assim o texto de quarta capa deste livro, cuja história foi baseada nas narrativas dos velhos da Adeia Etenhiritipá (que compõem a obra Os Senhores da Criação do Mundo Xavante - Rómraréhã Rówasu'u, reunidas por Arthur Shaker e vertidas por Paulo Supretaprã), onde o autor conviveu por muitos anos, em diferentes períodos. As belas ilustrações deste POR DENTRO DO ESCURO são monotipias de Cynthia Cruttenden. Breve lançamento da Global Editora, ainda em produção.

Os Xavante se chamam pelo nome A’uwe Uptabi, que significa povo verdadeiro. O nome Xavante lhes foi dado por não-índios, talvez para diferenciá-los de outros povos indígenas do centro-oeste brasileiro. Bastante numerosos, vivem hoje em mais de 180 aldeias, localizadas em sete áreas chamadas de Terras Indígenas: Terra Indígena Rio das Mortes, Areões, São Marcos, Parabubure, Sangradouro, Marechal Rondon e Marãiwasede. Todas ficam no cerrado do Estado do Mato Grosso, no centro-oeste do Brasil.